sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Spin Off de Final Fantasy XII? Conheça a sequência cancelada do melhor Final Fantasy da era PlayStation 2 (Parte 2)


Agora vamos conhecer o porquê da continuação do aclamado Final Fantasy XII ter sido cancelada. Seja por divergências na direção de arte, seja por problemas financeiros, ou até mesmo por desconfiança sobre um certo sujeito, nada justificou o cancelamento de Valiant Saga: Final Fantasy.

O estágio inicial de produção

Como em todo processo de criação de jogos eletrônicos, qualquer produtora irá começar pelo codinome, e Valiant Saga não seria diferente. O jogo inicialmente era chamado de FORTRESS, remetendo à Fortaleza de Faram, o centro do mundo no jogo. O desenvolvimento começou na segunda metade de 2008, quando a Square Enix foi visitar o estúdio GRIN em Estocolmo, Suécia.

O estúdio já estava há um ano no desenvolvimento do game Bionic Commando: Rearmed, da CAPCOM - que chegou até a impressionar os executivos da Square. Por culpa disso, a empresa convidou a GRIN para produzir o jogo de cartas Lord of Vermilion, mas por gostar de verdade do trabalho do pequeno estúdio, a Square mudou de ideia e acabou por pedir um spin-off de sua mais rentável franquia, e ainda por cima; uma sequência direta de Final Fantasy XII. Ulf Andersson foi escolhido para chefiar o projeto FORTRESS, descrevendo-o como um "teste", pois percebeu que a Square Enix estava meio que desesperada para entender o mercado de jogos ocidental, pois seus jogos mais recentes não foram muito bem recebidos, tanto pela mídia especializada tanto pelos fãs (Final Fantasy "TREZIIIIIIII"??!! :v).

A GRIN começou pelas as artes conceituais. Seja com modelos desenhados e pintados à mão ou modelos em 3D, jo jogo começou a ganhar vida, já que estavam à cargo de um jogo com tremenda reputação e foi ai que começaram os rumores. Segundo algumas fontes, o projeto inicial seria um jogo completamente diferente, mas acabou por se tornar um Final Fantasy após a Square Enix "enfiar o nariz onde não foi chamada" assim dizendo (e no bom sentido da palavra, aliás) e mudar completamente o rumo da produção.


Já outros rumores acabaram por se tornar ainda mais bizarros. Segundo algumas fontes, muitas pessoas envolvidas no projeto não estavam muito familiarizados com Final Fantasy XII, e o pior! Nem sabiam direito o que era Final Fantasy! Foi aí que começaram os problemas: ao invés de ao menos jogarem por algumas horas os jogos do projeto Ivalice Alliance (Vagrant Story, a subsérie Final Fantasy Tactics e o dito cujo Final Fantasy XII), ou até mesmo pedirem ajuda da própria Square Enix, a equipe teve a "brilhante" ideia de simplesmente procurar referências no YouTube e na Wikipedia!

Sim, eu sei que você está rindo (eu também ri quando descobri), mas além dessa mancada nível Yazmat (quem jogou FFXII vai entender), os membros ainda teriam que redesenhar alguns conceitos presentes no jogo original e decidiriam o que poderia ou não ser mantido ou excluído da sequência. Então, como poderiam mudar algo que nem ao menos conheciam? Obviamente a antiga "Quadrado Macio" começou a perceber que deu sua mina de ouro para garimpeiros que nem ao menos sabiam o que eram picaretas... E aí meu querido leitor, a coisa ficou preta.

Os desentendimentos com a direção de arte



Já em 2009, FORTRESS começou a tomar forma mesmo com todos os problemas, se tornando um RPG de ação; até aí tudo bem, só que da maneira mais ridícula possível. Como QUALQUER JOGADOR de Final Fantasy XII, o jogo fora tremendamente inspirado pela arquitetura e elementos típicos da cultura mediterrânea, principalmente da Turquia e países árabes (até minha mãe sabe disso... sério!), porém os funcionários da GRIN deram ao mundo de Ivalice, altas doses de elementos nórdicos e da cultura Viking. Eventualmente isso passou a ser de conhecimento da Square, que ordenou no mesmo instante, ao menos suavizar tais características, já que os fãs familiarizados com o universo de Ivalice de modo algum conseguiriam digerir a mudança extrema de arte. Por culpa disso - e com toda a razão à favor da Square Enix, o projeto sofreu um interrompimento obrigatório para a revisão dos cenários, e isso significaria o simples fato de que todo o trabalho feito deveria ser completamente refeito do zero!!

Próximo à metade do ano de 2009, mesmo que a GRIN tivesse recebido apoio positivo de várias pessoas de fora, estas mesmas pessaas não entenderam o porquê de, hipoteticamente, "Turquia se transformar na Noruega da noite pro dia". Os funcionários então, perceberam que realmente cometeram um erro grotesco, mas mesmo assim, não queiram que todo o trabalho fosse jogado ralo abaixo. Foi aí que sugeriram transformar as áreas já criadas em uma nova região de Ivalice (que é gigantesca afinal de contas). A Square então passou a gostar da ideia, mas deixou bem claro que o jogo teria que ter elementos mediterrâneos, e que em pouco tempo, a GRIN remodelou as áreas já construídas, dando-as aspectos de países do Oriente Médio, como a Síria e o Egito.

Foi aí que o projeto começou a ficar interessante e promissor. Personagens recorrentes de Final Fantasy XII original começaram a ganhar novas formas, como Ashe e Basch (que estaria vestido como seu irmão Noah, ou Gabranth, caso queira o chamar assim). Monstros típicos da franquia também começaram a ganhar forma como as Bombs, Tomberries e os simpáticos Moogles. E a história? Se tornou aquela espetacular da primeira parte da matéria!

Com o projeto completamente reformulado, expandido e otimizado, FORTRESS passou a se tornar cada vez mais ambicioso, e também sombrio, já que a história conceito do game se tornava cada vez mais interessante (como pudemos ver ontem). Tudo passou a ter um semblante mais sombrio e maduro, como o jogo original, tendo como o antagonista principal, um ser afogado em anseios de vingança, o Rei do Mar Loemund.

Mas como sempre, uma hora ou outra, outro grande problema bateria na porta da GRIN: dinheiro. Com um projeto completamente expandido, os custos de produção acabaram-se por serem maiores a cada dia, fazendo o estúdio ficar cada vez mais dependentes das verbas vindas da Square Enix. O estúdio então passou a contatar a filial da Square em Londres , que obviamente passou a questionar a quantidade de dinheiro que lhes era pedida. Houveram cada vez mais problemas com as vias de comunicação entre a GRIN e a Square londrina, que começou a ignorar os pedidos de dinheiro do estúdio sueco. Foi aí que novamente, a produção de FORTRESS foi interrompida. Os produtores japoneses eventualmente descobririam o motivo da paralisação , mas mesmo sabendo que poderiam ajudar a GRIN, foram rígidos a não liberarem mais dinheiro ao estúdio.

Algumas pessoas associadas ao projeto afirmaram que a Square na verdade não queria pagar a GRIN pelo desenvolvimento, obrigando-os a demitir muito pessoal e até mesmo o fechamento de seus escritórios em Barcelona e até mesmo em Gotemburgo, na Suécia. Foi aí que começaram as reclamações da Square Enix sobre o desenvolvimento de Fortress, que passou a meio que não se interessar pelo projeto pouco depois, já que os próprios membros do staff original de Final Fantasy XII nem ao menos trocaram palavras com os funcionários da GRIN.

Infelizmente, "FORTRESS" nunca teve um período de produção contínua, sendo que até jogabilidade do título sempre esteve em estágio inicial de produção. Em Agosto de 2009, a Square Enix parou de fornecer verbas à GRIN e uma semana mais tarde, sem nenhum recurso para pagar seus funcionários, o estúdio declarou falência. O presidente da GRIN, Ulf Andersson, entendeu o cancelamento de "FORTRESS" (que já se chamava Valiant Saga: Final Fantasy) e a falência de sua empresa como um complicado desentendimento com o estilo de direção do projeto, relatando ainda que o fracasso foi na verdade culpa da própria Square Enix, que se negava a ajudar com seus recursos, tanto de desenvolvimento quanto financeiro. Andersson comentou que não se sente responsável pelo cancelamento do jogo e que isso é normal dentro da industria Gamer, explicando que o cancelamento foi polêmico pelo fato de que Final Fantasy XII foi um jogo extremamente amado pelos jogadores.

Valiant Saga então acabou indo para o "limbo" desde então, sendo que em 2011, durante uma entrevista ao site VideoGamer na E3, nosso "querido amigo" (ou amiga, sei lá a desse cara) Motomu Toriyama, veio para representar toda a Square Enix, afirmando que o jogo fora oficialmente cancelado, jogando um tremendo balde de água fria nos fãs animados com a ideia de voltar à Ivalice.

O mais estranho disso tudo é que em 2012, uma imagem circulou por todos os cantos da internet, com o logo do jogo acompanhados dos da Square Enix e da Eidos Montreal, conhecida pelo seu trabalho em Deus EX: Human Revolution; mas infelizmente, tudo não passou de "fake", pois representantes do recém adquirido estúdio da Square, negaram a participação na produção do game.

Finalizando

Não sei dizer se é infelizmente ou felizmente, as únicas migalhas que os fãs de Final Fantasy XII puderam ver de Valiant Saga foram as imagens conceituais (vistas na matéria anterior) e um vídeo Tech Demo, que pode ser visto abaixo, mesmo que muitíssimo "cru".


Até o atual momento, a única coisa referente à Final Fantasy XII que está rondando o mundo e fazendo a cabeça dos fãs é o "quase-anunciado" Remaster do jogo, sendo que continuação mesmo da história, é o Revenant Wings, lançado para Nintendo DS.

E a minha opinião? Se me pergunte responder?

Pois é, amigos... Embora desde o início o projeto tenha sido marcado por complicações na direção de arte, falta de dinheiro, mudança radical de ambientação e falta de empenho dos funcionários da GRIN (porquê francamente né? Não saberem da existência de Final Fantasy? Pô! É a mesma coisa que não conhecer Super Mario!), o negócio é que a pelo que se deu a entender, o estúdio "fez a lição de casa" depois dos petelecos da Square, reinventando e expandindo o enredo de Final Fantasy XII e não custava nada pegar essa história e pedir pra outro estúdio com mais experiência pra fazer.

Só que, meus leitores, a responsabilidade também foi da Square, pois onde já se viu isso? Contratar pessoal e não pagar pelo serviço? É um absurdo! E o pior, a própria produtora nem ao menos explicou o cancelamento (mesmo que também nem chegou a anunciar, pra falar a verdade...) do jogo e pra complicar! Mandou seu mais irresponsável funcionário (SIM! DETESTO ELE MESMO) pra oficializar o fim do projeto. E quem é ele? MOTOMU TORIYAMA, quem mais?!

Hummm... Biquinho? Já desconfiava! Granola!
Bem... Já deu pra entender que sou fã de carteirinha de Final Fantasy XII, e sempre irei elevá-lo ao Nirvana. Mas como o primeiro título da franquia que conquistou a nota máxima na Famitsu é deixado assim de lado? COMO? Não quero entrar em detalhes sobre o quê os fãs pensam, mas querendo ou não, a série foi levada à outro patamar. A receita do bolo de Final Fantasy sempre será "um bando de adolescentes lutando contra o império opressor", mas no dito capitulo, uma boa dose de política, manipulação de poder, golpes de estado e muita, MUITA maturidade entrou na mistura, e até o momento, acho nem Final Fantasy XV pode repetir o feito (embora seja muito promissor).

Outra coisa: já que a Square realmente queria fazer uma sequência de FFXII, porquê ela não mesmo o fez? A resposta pra isso é a mesma que nos obrigou a comprar um novo (e caro!) console pra jogarmos Final Fantasy Versus XIII, que agora é Final Fantasy XV: expandir o universo cheio de luzes, purpurina e troca de roupinhas de Final Fantasy XIII! Eita vontade de matar um! kkk Como um cara que expôs a franquia ao ridículo com FFX-2, ganha o cargo máximo num capitulo numerado? Ferra com tudo e não agrada ninguém e ainda ganha mais DOIS jogos de bandeja!!?? E que não vendaram nada, pra início de conversa...



Até Hajime Tabata, o diretor de FFXV, já alfinetou o Toriyama, dizendo que "existem coisas que fizemos no passado, fizemos novamente e provamos na verdade afugentar os fãs. Então porquê repetir o mesmo erro?"
Dia comum de Toriyama
Pode até ser que eu queira culpar o cara pela queda do Boing da Malasya Airlines (nem pra tanto! kk), mas a reunião de fatos contra o sujeito é gigantesca. Até em The 3rd Birthday (o terceiro Parasite Eve) o cara meteu a mão com seu hobby de trocar roupinha. Não dá! Se tivessem finalizado a história do FFXIII no primeiro tudo bem, jogaríamos o Versus XIII no PlayStation 3 e porquê não Valiant Saga? "Véi... o negócio não desce!" Não dá pra não acreditar que essa BICHA INRRUSTIDA* não teve relação com isso!

Pra irritar ainda mais, é que a real continuação de Final Fantasy XII é o Revenant Wings, jogo que é dirigido por este cara! Eu não jogo isso nem se me pagarem! E aconselho à você, caro leitor, a não jogar também. O motivo? Veja a introdução do jogo:


Quem jogou FFXII vai manjar na hora o que esse sujeito aprontou! Que Hiroyuki Ito, Hiroshi Minagawa e que dessa vez, Yasumi Matsuno realmente dirija o eventual Final Fantasy XVI, e tomara que seja novamente em Ivalice!

Pode ser meio fanatismo meu (e pior que tá sendo mesmo kkk), mas quero deixar bem claro que não sou nenhum daqueles japas malucos que matam (ou se matam) por besteira e pouca coisa hahaha, mas realmente galera... Final Fantasy XII sempre será o melhor Final Fantasy que já tive a oportunidade de jogar e todo mundo que jogou e se aprofundou na história vai concordar comigo. Estou mais ansioso com o remaster dele pra PS4 do que com o próprio FFXV.

Se não jogou FFXII, JOGUE! É um titulo inesquecível, desafiador, com milhares de coisas pra se fazer, cheios de easter eggs, músicas fantásticas, personagens incríveis (principalmente o Balthier) e com os Moogles mais bonitinhos, capazes de fazer até Sephroth ficar bonzinho. Tire a poeira do seu PlayStation 2, dê seu típico "jeitinho brasileiro" de jogá-lo o mais rápido possível... Ou se corroa de ansiedade esperando o remaster para PS4 hahaha!


(*): Xinguei o cara de "bicha", mas sem homofobia por aqui! Até porquê melhor jogador de FFXII que eu conheço é gay e é como um irmão pra mim kkk Sem "ismos" e "óbicos" neste blog ;)

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